A notícia abaixo foi retirada da agência France Press e publicada no site da Carta Capital. Reproduzo aqui porque acho de extrema importância o fato de a BP ter que pagar uma multa pesada por ter provocado aquele acidente no Golfo do México e porque, na época, a empresa não se comportou com a perplexidade que se esperava. Mas, como não vivo no mundo de mocinhos e vilões, convido a todos para refletirmos juntos. O que significa este acordo? O que significa admitir a culpa num cenário econômico completamente diferente, três anos depois? A empresa teria guardado um dinheiro já pensando em desembolsá-lo tempos depois? Será que esse dinheiro que a BP vai ter que desembolsar realmente fará a empresa tomar providências severas para não ter outros vazamentos? Ou será que a partir de agora vamos voltar a ver e ler anúncios da BP, que se intitula Beyond (Além) Petroleum (do Petróleo) justamente por querer se encaixar numa imagem de empresa preocupad com o “futuro do planeta”?
Eu não estou preocupada com o futuro do planeta porque ele vai muito bem, obrigado. Já o futuro da humanidade é que está bem incerto por aqui, haja visto a ganância com que os humanos têm ido na direção dos recursos naturais. Esta multa que a BP terá que pagar, será que poderá significar uma mudança na gestão de outras empresas (petrolíferas ou não)? São questões que valem a pena parar para refletir. A notícia está abaixo:
Um juiz americano aprovou nesta terça-feira, 29, um acordo de 4,5 bilhões de dólares no qual a gigante do petróleo britânica British Petroleum (BP) admitiu a culpa nas acusações criminais de vazamento de petróleo no Golfo do México em 2010. Mas os problemas legais da companhia estão longe do fim.
Em 25 de fevereiro, a BP retornará à corte de Nova Orleans para um gigantesco julgamento consolidando um grande número de processos remanescentes vinculados ao pior desastre ambiental dos Estados Unidos.
A empresa ainda precisa solucionar um caso civil de multas ambientais, que poderiam chegar ao montante de US$ 18 bilhões, se for comprovada negligência grosseira. Também está em situação difícil por prejuízos econômicos, incluindo o custo da recuperação ambiental.
Em 20 de abril de 2010, a explosão da plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela BP, matou 11 pessoas e resultou no vazamento de uns 4,9 milhões de barris de petróleo nas águas do Golfo, contaminando as praias de cinco estados.
Em uma audiência em Nova Orleans, o vice-presidente da BP América, Luke Keller, se desculpou com as famílias dos mortos e outras vítimas.
“Nossa confissão de culpa deixa claro que a BP compreende e reconhece seu papel nesta tragédia. Nós pedimos desculpas – a BP pede desculpas – a todos os feridos e especialmente às famílias que perderam entes queridos”, afirmou Keller em um comunicado divulgado pela BP.
“A BP também lamenta os danos ao meio ambiente que resultaram do vazamento e nós nos desculpamos com os indivíduos e as comunidades que foram afetados”, emendou.
Conter o vazamento no poço da BP, a 1.500 metros de profundidade em frente à costa da Louisiana, levou 87 dias.
Em novembro, a BP admitiu a culpa em 11 acusações de homicídio culposo, uma de obstrução criminosa do Congresso e duas violações ambientais.